Na correria do dia a dia, os apressados saboreiam o amargo do que não teve tempo de amadurecer.
Quem vive acelerado acaba por engolir a vida sem tempo para o tempero.
Na pressa, o gourmet se torna comedor de improviso; o requinte fica para depois.
Aquele que corre para comer acaba tateando na escuridão do que ainda precisa ser cozido.
No ritmo frenético da vida, os apressados podem perder o sabor da experiência.
Os que atropelam o tempo têm o prato servido às pressas, muitas vezes, cru.
O apressado pode até preencher o prato, mas nunca o paladar.
Na dança da pressa, o apressado é o que se alimenta de sonhos crus.
Quem apressa o passo no banquete da vida, muitas vezes, mastiga momentos mal cozidos.
Na balança do tempo, a pressa pesa mais que o sabor; o apressado esquece que a vida é feita de camadas.