Heróis, anti-heróis e outros tipos de heróis
A diferença entre heróis e anti-heróis
De muitas maneiras, heróis e anti-heróis são dois lados da mesma moeda. Ambos são personagens que são maiores que a vida, e ambos chamam a atenção dos leitores. No entanto, existem algumas diferenças importantes entre os dois.
Os heróis são tipicamente personagens idealizados que lutam por uma causa justa, enquanto os anti-heróis são frequentemente personagens complexos com motivos questionáveis. De certa forma, estes podem ser vistos como o contraste daqueles, e sua popularidade nos últimos anos mostrou que os leitores são atraídos por sua natureza sombria e complexa.
Um herói e um anti-herói podem se assemelhar a personagens na vida, mesmo que mantenham suas diferenças.
O primeiro é alguém que defende o que é certo e é corajoso, enquanto o segundo é alguém que pode se opor ao primeiro ou ser moralmente ambíguo. Mesmo que possam ter intenções diferentes, ambos os tipos de personagens podem ter características semelhantes, como ser corajoso ou sensato.
Em alguns casos, a linha entre um e outro pode ser borrada, mas em geral, um herói é alguém que tenta tornar o mundo um lugar melhor, enquanto um anti-herói pode não ter o mesmo objetivo em mente. Este pode ser o oposto do tradicional personagem “herói”, visto que eles são frequentemente caracterizados como egoístas, imorais ou, em geral, apenas antipáticos.
De muitas maneiras, eles são o contraste para o herói. Enquanto este geralmente é alguém que está lutando pela justiça ou pelo bem maior, o outro geralmente está apenas cuidando de si mesmo. Isso pode torná-los um personagem muito mais interessante e complexo do que o herói tradicional.
O super-herói
Eles existem há séculos, mas não foi até o final de 1800 que eles começaram a aparecer nos quadrinhos. Tornaram-se então um elemento básico da cultura pop, aparecendo em filmes, programas de TV, videogames e brinquedos. Mas o que é um super-herói?
Ele é uma figura moral que usa seus poderes para combater o mal e proteger os inocentes. Eles costumam ter conflitos, lutando com demônios pessoais e com os vilões que enfrentam. Isso os torna personagens interessantes e relacionáveis.
Eles geralmente nascem com seus poderes, mas às vezes eles os ganham por meio de acidentes ou experimentação. Mas não importa como eles obtêm seus poderes, mas a finalidade uma vez que eles os usam para ajudar os outros. Isso é o que os define, pois eles usam essa habilidade para ajudar as pessoas. Alguns super-heróis nascem ricos e possuem empresas de negócios, enquanto outros são pobres e trabalham como babá, mestre-escola ou outros empregos.
Interessante notar que um herói normal não possui superpoderes mas combate o mal da “pior” maneira que pode: usando a cabeça, os músculos e uma pistola (claramente um herói americano!).
O herói como um grupo
Este é frequentemente descrito como uma única pessoa que fez algo corajoso ou impressionante. No entanto, existem muitos atos heroicos que são realizados por um grupo de pessoas trabalhando juntas.
Nesses casos, o ato heroico não é sobre uma pessoa ser melhor ou mais poderosa do que outras, mas sobre o grupo usar suas forças combinadas para alcançar algo grande.
Isso é o que faz um herói de grupo: não suas habilidades individuais, mas sua vontade de trabalhar juntos para o bem comum. Pode ser formado por um grupo de pessoas com diferentes habilidades (médicos, cientistas, militares, artesãos etc.).
O passado do herói e sua importância
Seu passado é importante porque é o que o tornou quem ele é hoje. São suas experiências e suas lições aprendidas que o moldaram na pessoa que ele é. Sem conhecer o seu passado, não seríamos capazes de entendê-lo completamente ou apreciar tudo o que ele passou.
Assim, ter um protagonista com um background muito bem desenvolvido e complexo pode dar uma boa razão para ele estar combatendo o mal.
Um exemplo poderia ser a super-heroína Olympia Perez cujo passado foi muito bem desenvolvido e complexo. Ela nasceu no México em uma família de super-heróis, então ela sempre teve um forte senso de justiça. Quando ela era apenas uma adolescente, seus pais foram mortos por um vilão, o que a motivou a se tornar uma super-heroína. Desde então, ela dedicou sua vida a combater o crime e proteger os inocentes. Perez é uma heroína incrivelmente corajosa e altruísta, e sua história a torna ainda mais impressionante.
O pai como “meu grande herói”
Também chamado de “pai herói”, que já foi até título de telenovela brasileira. É ele então que faz a diferença de tal modo que relatos como esses são comuns:
“Meu pai sempre foi meu herói. Ele é a única pessoa na minha vida com quem sempre posso contar, não importa o que aconteça. Ele está sempre lá para mim, mesmo quando estou no meu pior. Ele é a única pessoa que realmente me entende, e ele sempre sabe como me fazer sentir melhor. Ele é meu melhor amigo, e eu sei que sempre posso contar com ele. Não consigo imaginar minha vida sem ele, e sou muito grata por tê-lo em minha vida.”
“Meu pai sempre foi meu herói. Lembro-me de quando eu era pequena, ele me pegava na escola e me levava ao parque. Ele me empurrava nos balanços e jogava bola comigo. Mesmo quando eu era adolescente e não queria nada com ele, ele sempre estava lá para mim. Ele me levava para jantar ou ao cinema, só para passar um tempo comigo. Agora que sou adulta, percebo o quanto ele se sacrificou por mim. Não consigo imaginar minha vida sem ele.”
Seja marginal seja herói
Histórias de gente que não quer ser herói também temos aos bilhões, como essa por exemplo:
“Eu nunca serei um herói. Eu também não quero ser um. Esse não é meu objetivo na vida. Meu objetivo é ser marginal. Para fazer apenas o suficiente para sobreviver. Para não se destacar na multidão. Para ser esquecível. Esse é o meu objetivo porque é seguro. É o que estou acostumado. Não sou corajoso como os heróis são. Não sou forte como eles. Eu sou apenas uma pessoa normal que quer viver uma vida normal. E tudo bem. Eu não preciso ser um herói para ser feliz. Eu só preciso ser eu mesmo.”
A história do herói perdido
“Ninguém sabe ao certo onde ele nasceu, nem mesmo ele. Ele cresceu em meio às ruínas de uma civilização que não podia mais se chamar de tal, vivendo nas sombras e se alimentando da escuridão. Ninguém sabe qual foi o seu verdadeiro nome, nem mesmo ele. Ele foi apelidado de muitas coisas ao longo dos anos, mas nenhum deles era o seu verdadeiro nome. Ninguém sabe qual foi a sua verdadeira identidade, nem mesmo ele. Ele cresceu sem pais, sem família, sozinho e desprezado. Ele foi abusado e tratado como lixo. Ninguém sabe a idade que ele tem, nem mesmo ele. Ele já viveu muitos anos, mas também chegou perto da extinção várias vezes. Ele sabe que já viveu muito, mas também não entende como conseguiu sobreviver por tanto tempo. Ninguém sabe o tamanho que ele tem, nem mesmo ele. Ele já foi bem menor, mas também esteve muito mais alto. Ele está confuso sobre o seu tamanho atual, uma vez que nunca teve o hábito de olhar para si mesmo. Ele se sentia muito sozinho, muito abusado e muito tratado como lixo. Mas um dia, ele finalmente teve uma chama de esperança e conseguiu se tornar algo melhor. Ele finalmente encontrou uma mão amiga (um mentor) que o fez sentir-se menos abusado, menos tratado como lixo e mais acolhido. Esse mentor se chamava Escada e ofereceu a ele uma trilha para que ele subisse e ele finalmente pôde ver para onde estava crescendo. Assim, ele enfim teve um melhor controle sobre o caminho, achou a sua verdadeira identidade e um nome, uma vez que ele já havia experimentado vários nomes até poder então escolher um nome certo que o define perfeitamente. Ele também teve uma melhora dramática em sua autoestima, embora ainda tenha muito pelo qual lutar nesse campo. Ele também conseguiu refletir sobre a sua idade e também encontrar evidências para provar o seu tamanho. Uma vez que ele percebeu como estava se vestindo, como se portando e como estava falando, ele conseguiu se adaptar melhor aos outros… Um dia, ele decidiu defender alguém que estava sendo atacado e isso o deixou muito animado, pois finalmente conseguiu crescer tanto em tamanho quanto em personalidade. Ele se tornou um centauro fantástico… mas isso é só o início da história.”
Lembrando que o passado de um herói define quem ele se torna nesse papel.
O herói sem nenhum caráter é Macunaíma
O protagonista sem nome do romance Macunaíma, de Mário de Andrade, que também foi encenado nos palcos, é um hedonista sem remorso.
Ele é motivado apenas pelo prazer, e suas ações muitas vezes têm consequências negativas para aqueles ao seu redor. Embora ele não seja um vilão, ele também não é um personagem particularmente agradável ou admirável.
Ele é egoísta, imaturo e muitas vezes cruel. Apesar de tudo isso, ele também é uma figura incrivelmente atraente.
Ele está sempre avançando, sempre em busca de novas experiências, e sua busca incansável por prazer é estranhamente contagiosa.
É fácil torcer por ele, mesmo quando ele está no seu pior. Eis então um bom exemplo de anti-herói.
O herói de mil faces
Esta obra tem sido chamado de canivete suíço dos contadores de histórias. É um livro que pode ser usado de novo e de novo, seja você um novato ou um veterano experiente.
O trabalho de Joseph Campbell é obrigatório para quem quer entender a jornada do herói.
Neste livro, Campbell propôs que havia uma estrutura comum a todos os mitos e histórias. O herói parte em uma jornada, enfrenta testes e provações e, eventualmente, volta para casa mudado.
Essa estrutura pode ser vista em muitos dos mitos e histórias famosas de todo o mundo.
Por exemplo, em A Odisseia, Odisseu faz uma longa jornada para casa após a Guerra de Tróia, durante a qual enfrenta muitos desafios. Da mesma forma, na história de Moisés, ele deve deixar o Egito e se aventurar no deserto, onde enfrentará provas antes de levar seu povo à liberdade.
Em histórias mais modernas, esse padrão ainda pode ser visto.
Por exemplo, em A Cura para a Dor, Arthur Ashe faz uma jornada curta para casa, mas enfrenta muitos testes e provações.
Ashe tem um câncer de tireoide e enfrenta uma decisão muito difícil: ele pode optar pela cirurgia ou pelo tratamento alternativo. Para ele, a jornada para casa significou voltar à terra natal, onde ele tinha ido aos jogos em Los Angeles em 1968 e onde havia conhecido a mulher que iria casar.
Ashe enfrentou um monte de problemas acerca do tratamento alternativo antes de optar pela cirurgia, e a cura veio dentro do prazo esperado. Essa jornada também o destruiu física e mentalmente.
Arthur Ashe não se tornou um herói apenas por sair de sua caverna: ele foi um durante toda a sua jornada. Em seu caso, ele foi um herói negativo (vamos chamar assim) quando tomou a decisão de ir para casa e tomou remédios alternativos que o deixaram debilitado. Embora essa decisão tenha vindo do lado bom dele, ela ainda o deixou nas mãos do mal.
Conclusão
Concluindo, há muitas formas de heróis, mas o importante é compreender que são as nossas diferenças que nos tornam únicos e especiais, ou seja, protagonistas de nossas próprias vidas assim como nos livros e nos filmes. O segredo aqui é aceitar as nossas peculiaridades e deixar aflorar o brilho que temos em algum grau e escala. Seja na ficção, seja na realidade de nosso dia-a-dia, o importante é ser o que somos.