A busca do sentido da vida e o existencialismo na literatura. Quais obras abordam esta problemática filosófica?

Introdução

 

A busca do sentido da vida é uma problemática filosófica que permeia a humanidade desde tempos imemoriais. A inquietação em compreender o propósito e significado da existência é comumente abordada em diversas formas de expressão artística, sendo a literatura um dos meios mais recorrentes para explorar essa questão. Neste texto, examinaremos algumas obras literárias que se destacam por sua abordagem profunda e reflexiva sobre o sentido da vida e sua relação com o existencialismo.

 

I – O existencialismo como corrente filosófica

 

O existencialismo é uma corrente filosófica que emergiu na Europa no século XX e tem como foco central a análise da existência humana. Caracterizado por uma preocupação intensa com a liberdade individual, a responsabilidade, a angústia, a solidão e a busca de sentido na vida, o existencialismo influenciou significativamente a literatura, proporcionando uma abordagem mais subjetiva e introspectiva.

 

II – “O Estrangeiro”, de Albert Camus

 

Uma obra emblemática do existencialismo na literatura é “O Estrangeiro”, escrita por Albert Camus. O romance conta a história de Meursault, um protagonista apático e desinteressado, que vive uma existência vazia e sem sentido aparente. Através da voz narrativa de Meursault, Camus expõe a alienação e a indiferença da sociedade em relação à morte e à existência humana. A obra também analisa a importância da liberdade individual, confrontando o leitor com a dúvida sobre o significado e propósito da vida.

 

III – “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J.D. Salinger

 

Outro exemplo significativo de literatura que aborda a busca do sentido da vida é “O Apanhador no Campo de Centeio”, do autor americano J.D. Salinger. O livro narra a jornada existencial de Holden Caulfield, um adolescente em crise que se confronta com a falsidade e a superficialidade da sociedade. Holden busca desesperadamente por autenticidade e significado nas relações e situações em que se envolve, questionando constantemente o sentido da vida e a moralidade da sociedade.

 

IV – “Siddhartha”, de Hermann Hesse

 

“Siddhartha”, de Hermann Hesse, também se destaca como uma obra literária que aborda a busca pelo sentido da vida. O livro narra a história de Siddhartha, um jovem em busca de iluminação espiritual. Através dessa jornada, Hesse explora questões existenciais, como a busca por conhecimento, o autoconhecimento, a insatisfação e o equilíbrio interior. “Siddhartha” provoca reflexões sobre a conexão entre a espiritualidade e a realização pessoal, convidando o leitor a refletir sobre o próprio propósito e trajetória de vida.

 

Conclusão

 

A busca do sentido da vida é uma temática recorrente na literatura, proporcionando uma reflexão profunda sobre a existência humana e seus propósitos. O existencialismo, corrente filosófica que enfatiza a liberdade e a responsabilidade individual, influenciou significativamente a abordagem literária dessa problemática. Obras como “O Estrangeiro”, “O Apanhador no Campo de Centeio” e “Siddhartha” oferecem ao leitor diferentes perspectivas e questionamentos sobre o sentido da vida, convidando-nos a refletir sobre nossas próprias existências e a encontrar significado em meio às incertezas e adversidades.