O amargor continua na boca daquele homem

Estando eu sentindo o amargo na minha boca, percebi que havia sido vítima de algo muito sinistro. Um gosto acre, como se meu paladar estivesse sendo invadido por veneno. Olhei em volta, tentando identificar a origem do sabor desagradável, mas nada parecia fora do comum. Eu estava em meu apartamento, sozinho, então não podia acusar ninguém de me envenenar.

A sensação estranha persistia, intensificando-se a cada segundo. Meu corpo começou a tremer, enquanto uma onda de calor percorria meu peito. Apavorei-me, sentindo que minha vida estava por um fio. O que poderia estar acontecendo?

Decidi ligar para a emergência, mas antes mesmo de discar os números, caí no chão, completamente desfalecido. A escuridão tomou conta de meus sentidos, e quando recobrei a consciência, estava em um lugar desconhecido. Era um quarto escuro e úmido, com paredes de pedra fria que pareciam ter séculos de idade.

Tentei me levantar, mas minhas pernas não me obedeciam. Fui forçado a esperar, sem saber o que estava por vir. O tempo parecia se arrastar, e eu me perguntava se estava preso em algum tipo de pesadelo. Mas, infelizmente, era realidade.

De repente, a porta do quarto se abriu com um rangido assustador. Um homem com uma expressão malévola entrou, trazendo consigo uma bandeja contendo uma xícara de chá fumegante. Ele se aproximou de mim com um sorriso perverso no rosto, revelando dentes amarelados. A sensação de amargura tomou conta de minha boca novamente.

Você gostou da minha pequena surpresa, não é mesmo?, ele perguntou, em um tom de voz apenas um pouco acima de um sussurro. Aqui está a resposta para o seu enigma.

Eu tremia de medo e confusão. Quem era aquele homem? O que ele queria de mim? Eu precisava desesperadamente de respostas.

O homem se aproximou e me forçou a beber o chá. Senti um gosto ainda mais amargo preencher minha boca enquanto o líquido queimava minha garganta. Minha visão começou a ficar turva, e eu me senti desvanecer novamente.

Quando acordei desta vez, estava deitado em minha cama, no meu apartamento. Tudo parecia normal, exceto pelo fato de que eu ainda podia sentir o gosto amargo em minha boca. Olhei em volta, tentando entender o que acontecera, mas não havia nenhuma evidência do que eu havia passado.

Passaram-se dias e semanas, mas o amargor continuava a me assombrar. Eu tentava desesperadamente encontrar uma explicação racional para o que acontecera, mas nada fazia sentido. Seria tudo apenas uma alucinação? Um pesadelo que se recusava a acabar?

Decidi investigar por conta própria. Comecei a pesquisar sobre substâncias que poderiam causar um gosto amargo persistente. Encontrei diversas possibilidades, desde doenças raras até envenenamentos deliberados. Nada, porém, explicava o porquê de eu ter sido atacado dessa forma.

Minha busca me levou a lugares sombrios e pessoas sinistras. Desde farmacêuticos clandestinos até bruxos modernos, todos pareciam ter algum segredo a esconder. Em cada pista que seguia, mergulhava cada vez mais fundo em um mundo desconhecido e perigoso.

No clímax da minha investigação, encontrei um homem misterioso que se chamava Ossian. Ele alegava ter respostas para todas as minhas perguntas. Marcamos um encontro em um antigo beco, onde ele prometeu me revelar a verdade.

Quando nos encontramos, Ossian era um homem de meia-idade, com um olhar penetrante e um sorriso enigmático. Ele sabia sobre o amargor em minha boca e parecia ter todas as respostas que eu procurava.

Você foi vítima de um experimento, ele começou, com uma voz carregada de mistério. Alguém queria testar a eficácia de uma nova substância. Agora, essa pessoa está observando seus sintomas, esperando para ver o resultado.

Fiquei horrorizado com a revelação. Quem poderia ser tão cruel a ponto de realizar um experimento em mim? E por qual motivo?

Antes que Ossian pudesse me dizer mais, fomos interrompidos por um barulho alto vindo de um beco próximo. Quando olhei naquela direção, vi um vulto correndo para longe de nós. Eu sabia que precisava segui-lo, encontrar o responsável por tudo isso.

Mas, infelizmente, essa é a parte da história em que termino minha narrativa. Pois, até o momento, não encontrei o culpado por trás de tudo isso. O amargor persiste, e minha busca pela verdade continua. Talvez um dia eu encontre respostas e possa finalizar essa história de maneira adequada.

Até lá, continuo vivendo no limbo do mistério, consumido pelo amargor que me acompanha dia após dia, sem saber quem é o responsável ou quais são suas intenções. Mas uma coisa é certa, não descansarei enquanto não encontrar a verdade por trás dessa experiência macabra que tem dominado minha vida.

Start typing and press Enter to search

Pular para o conteúdo