Abismos do homem e os arquétipos reveladores
O abismo do homem tem divisões que representam estações da jornada de um herói. Esse herói é eu, você, ele, ela, todos. Cada um representa uma história e cumpre uma jornada, sendo herói de si mesmo e de outros.
O Herói
O homem existe em um mundo, o herói existe em outro. A grande divisão entre os dois é um abismo profundo que o homem nem sabe que existe. A divisão é um lugar escuro que o homem não quer saber, mas o herói mora lá. O herói é sempre a sombra do homem, o homem passa a vida nas trevas sem saber quem realmente é. O herói é o homem se ele se tornar corajoso e viver a vida ao máximo. O homem fica em sua zona de conforto enquanto o herói sai para o desconhecido e o conquista.
Os Arquétipos e sua Influência
Os Arquétipos são formas reconhecíveis em um número expressivo de fenômenos repetidos e que se desenvolvem em determinados momentos e situações da vida, como segurança, liberdade, sabedoria, poder e transformação. Às vezes, os Arquétipos acabam apresentando uma influência maior sobre o comportamento humano.
Definir um Arquétipo é uma opção que define o tipo de energia da sua personalidade, por isso, penetrar no conhecimento dos seus Arquétipos é fundamental para saber quem você é e o que vai te ajudar a definir o seu futuro.
Alguns Arquétipos:
- Arquétipo da Transformação: este arquétipo nos leva ao nosso espírito e nos dá a liberdade interior.
- Arquétipo do Guerreiro: representa a força, o poder, a força da vontade, o impulso e a possibilidade de lutar contra qualquer adversidade.
- Arquétipo do Senhor: representa a sabedoria, a inteligência e a obediência.
- Arquétipo da Mãe: representa a proteção e a ajuda.
- Arquétipo da Grávida: representa a intuição e a percepção.
- Arquétipo do Companheiro: representa a criatividade, o autoconceito, a proteção e o segredo.
Os Arquétipos são aquilo que nos faz crescer numa determinada direção e somos nós, os indivíduos, os que devemos encontrar o nosso espírito e a partir dele, encontrar a nossa verdade e a nossa beleza.
Os Arquétipos e os Três Ritos de Passagem
Nascer, viver e morrer podem ser categorizados como os 3 ritos de passagem mais abordados por estudiosos no assunto.
“É um tema que tem sido investigado e discutido com grande interesse no contexto da dinâmica entre o individual e o coletivo, mas não acho que tenha sido suficientemente considerado em relação ao espiritual e ao físico, ao consciente e ao inconsciente, o dualismo constitutivo de pessoa e sociedade, corpo e mente, a fenda perpétua em nossa vida entre o consciente e o inconsciente e a passagem contínua de um estado para outro”, escreveu a respeito Franz Rosenzweig, em A Estrela da Redenção.
Nascer, viver e morrer são os ritos de passagem, mas qual a sua relação com os Arquétipos?
Há alguns elementos que merecem ser abordados dos Arquétipos. Comecemos com o nascimento. O Espírito ou Espírito-Anjo possui o mandato de descer à Terra e experimentar o espectro de nossas limitações; eles não têm o poder de escolher de que forma viverão, somente o modo como morrerão.
Normalmente, o Espírito-Anjo escolhe uma ‘vida’ que transmita uma mensagem importante, como a pena de morte ou a indigência. Nesses casos, a primeira busca da conexão é a constatação da orientação das diferentes doutrinas ao ajudar os espíritos a se tornarem mais fortes e a ‘expiar os seus próprios pecados’.
À medida que as dívidas vão sendo pagas, o Espírito-Anjo se volta para aqueles que vivem na pobreza mental e espiritual, muitas vezes os levando ao encontro de um mentor que possa colocá-los em sua direção.
Sempre há alguém da sua direita que pode ou deve guiá-lo pelo caminho, o conhecimento do ato de caminhar em uma direção e sua influência. Não é possível ser bom sem o encontro com o mal.
O Espírito pode escolher seu ponto de partida e depois é que determina o elã da vida, não o coração, pois no corpo não se pode confundir o lado direito do esquerdo.
Existe uma lei espiritual que visa a proteger o homem, e seu nome é orgulho. De acordo com essa lei, o homem não pode superar sua vontade. No entanto, essa não é a retidão. Não existe vontade para superar aquilo que é errado. Às vezes ou de vez em quando, somos tentados a fazer aquilo que é errado; mas, o mal está explicitado na vontade, e não no ato.
O anjo da direita não é o príncipe, nem o imperador dos homens, apesar de ser incumbido de educá-los e uni-los . Não existe homem que possa escapar da presença do anjo, nem que não tenha de enfrentá-lo naquele futuro e imemorial momento em que deve estar disponível para sua purificação.
Arquétipos e sua influência na jornada de cada um de nós
As personalidades humanas criam padrões que influenciam no modo como as pessoas encaram o mundo. Esta ideia é tão poderosa que na maioria dos casos não há como escapar deles. E quando se trata de personalidade, isso é um assunto que causa temor para algumas pessoas.
Podemos ilustrativamente separar as personalidades humanas em cinco tipos: consultores, especialistas, líderes, camaleões, e os caçadores. O seu nome provavelmente se encaixa com um destes estereótipos, mas vale a pena focar neles para encontrar o tipo perfeito para você.
Os cinco estereótipos são baseados em raciocínio, na capacidade de tomar decisões, no tempo de resposta (sensibilidade), na opinião de si mesmo e na aptidão de se relacionar com as pessoas.
Os caçadores, por exemplo, possuem no tipo de personalidade uma liderança natural. Eles não precisam de um papel de sucesso para iluminar sua falta de autoconfiança ou de um parceiro para fazer sua autoestima. Eles sempre estão em busca de uma maneira de fazer as pessoas se sentirem melhor. Eles precisam tocar as pessoas com seu coração e espalhar amor a fim de lhes dar um sentido.
O Herói e o Caminho de volta
Há um novo herói na cidade e seu nome é Ícaro e ele está em uma missão para derrotar o Senhor das Trevas e trazer paz ao seu mundo.
Ícaro já tem um exército de leais seguidores e uma história épica escrita sobre as batalhas que ele já venceu. Mas o que diferencia Ícaro de outros heróis é que ele não quer matar o Senhor das Trevas porque o Senhor das Trevas é seu pai.
Ícaro não quer isso porque sabe que mesmo que ele mate seu pai, seu pai voltaria porque o mundo precisaria de um Senhor das Trevas para permanecer em equilíbrio. O que ele está fazendo é o Caminho de Volta para o seu pai.
O Senhor das Trevas está esperando por seu convidado para o jantar. Ele sai do salão e vê um barbudo entrando na floresta. Vestido com couro de animal, ele parece um antigo rei. Os cabelos longos e embaraçados parecem manchar a noite como seu rosto sorrindo e cheio de dentes. Nós os vemos conversando e Ícaro abraça seu pai com um abraço forte. Ícaro deseja sorte para o seu pai. Choram, emocionados.
O Herói reencontra seu genitor e descobre a emoção mais genuína de voltar ao seio de sua gente. O Herói está curado. Sua mãe, a Terra, estende a mão e chama seu filho para que seja reconhecido por seu povo. O filho diz voltou para redimir o pai e reconstruir a terra em que nasceu. O Senhor das Trevas volta para o salão e anuncia o jantar. Chegou a hora da Recompensa!
O Lago
O Lago é um dos arquétipos da mitologia grega. Ele representa o controle de forças primitivas que estão presas dentro de nós.
Esse arquétipo (representação) nos fala sobre a necessidade humana de domínio sobre essas forças primitivas, do controle voluntário dos impulsos, da disciplina.
A mitologia grega ensina que, no fundo de nós, somos todos meio-deuses e meio-demônios; é preciso dominar as forças primitivas e mecanicistas do mundo tosco. É preciso sair do lugar do puro instinto animal e do medo animal, e atuar no mundo, não como uma vítima passiva, mas como um meio-deus, um ser que domina suas reações e que possui um potencial criativo inesgotável dentro dele mesmo.
O Lago como arquétipo mostra que ha fundura e escuridão sob suas águas. Monstros o habitam mas podem ficar adormecidos ou virem à tona. e é provável também que a maioria das pessoas não tenha acesso ao seu lago interior.
Pode ser um lago profundo o suficiente para que os barcos não possam navegá-lo. Meditar no processo da alquimia pode ser uma forma de revelar o seu lago interior. Desde que o pré-requisito para o alquímico é aquecer o vidro até que ele derreta completamente, seu trabalho é deixar quente o interior a fim de ajustar a forma ao vidro.
Mas a realidade é que você precisa efetivamente derreter-se para se tornar a substância que é fruível e moldável como o vidro. No que você se transforma? Deus? Emoção? Fratura? Todos os três são especulações de ideias universais dentro de nós. Gloria, mentiras, dor, tudo têm o poder dessas forças da natureza.
O Lago é também o Arquétipo do Misterioso oculto que tem poderes extraordinários (obviamente ocultos). Águas límpidas como um espelho reflete nossa mente; águas turvas se transformam em água do Lago de Ícaro. As forças de nossa mente podem ser personificadas em Netuno (deus das águas da mitologia romana) e na memória das palavras dos poetas do mar.
O Plantio possui a força de arquétipo
O Plantio é um dos arquétipos que compõem os mitos e lendas da antiguidade. Na sabedoria indígena, o Plantio representa a fertilidade, a abundância, a prosperidade, a generosidade, a prodigalidade e o despertar da natureza.
No mundo antigo, plantar era uma das principais atividades da humanidade e a nobreza se orgulhava de ser dona de uma fazenda. Mas a guerra e a escravidão aceleraram a ruptura com os costumes agrícolas.
Mas como tudo que é antigo, tudo que é fundamental e tudo que é sincero, o Plantio representa verdadeiramente a fertilidade, a abundância, a prosperidade, a generosidade, a prodigalidade e o despertar da natureza.
Plantar significa ter esperança que a colheita vai ser boa, que o bom D’us vai ajudar com as melhores chuvas e ventos, sóis e terras do infinito. Plantar é sair da cidade, fazer uma caminhada, descobrir um riacho, se banhar na luz e nas sombras das árvores e sentir o perfume das flores e ver os pássaros que vão e vêm.
Plantar significa estar junto da natureza que descobriu os segredos do universo. Através do Plantio descobrimos os segredos de nós mesmos. Plantar é partilhar o pão, é escancarar as portas para os que têm fome e têm sede.
Plantar é a alegria da reunião em família, em grupos, em coletividade. Plantar é a alegria da amizade, é a alegria do bem!
Arquetipicamente falando
Nascer, viver e morrer. Arquétipos universais que não precisam de profundidade para serem entendidos. São marcas dos ritos de passagem. Quando alcançamos a maturidade, parece que nada nos surpreende. Nascido, vivemos e morremos mesmo sem nenhuma sofisticação na vida. Contudo, um triste destino que segue seus passos. Pedimos para que não nos aceite, imploramos para que não nos cumpra. Mas seremos um pedaço de paz dentro de um turbilhão de confusão. Não somos nada, nem ninguém, nem exatamente o que queremos ser depois de entender o que somos de verdade.